quarta-feira, 24 de junho de 2009

Na Altura das Estrelas

Fazia tempo que eu queria participar de uma degustação com o renomado enólogo da vinícola chilena Casa Silva e proprietário da vinícola brasileira Cave de Amadeu, Mário Geisse. Num jantar com uma harmonização perfeita com vinhos da Casa Silva, conheci este profissional de um conhecimento enorme. Seu trabalho é traduzido em seus surpreendentes vinhos e espumantes. Na ocasião, Geisse apresentou seus vinhos e falou sobre o tema “porque alguns vinhos valem mais ou são diferentes dos outros?
O jantar começou com um tartar de salmão e palmito harmonizado com o Sauvignon Gris Casa Silva Safra 2007 (R$ 74,80, Vinhos do Mundo). Vinhedos de 1912! É um vinho de coloração amarelo palha claro, aromas de frutas tropicais e grande frescor na boca. Lembra a Sauvignon Blanc, mas é mais delicado. O segundo prato elaborado pelo Chef Rafael Jacobi foi Filé de Robalo com verdes da estação. Para acompanhar, o vinho Quinta Generación Branco Safra 2005 (R$ 118,00, Vinhos do Mundo), considerado o melhor blend do Novo Mundo. Elaborado com Viogner, Sauvignon Gris e Chardonnay, possui grande complexidade aromática, com notas de caramelo, flores brancas, frutas maduras. O mundo do vinho sempre nos traz cultura e amigos. Conheci o simpático casal Elthon e Paula, de Manaus-AM, residindo em Canoas-RS. Para eles o Quinta Generación lembra muito a cupuaçu, típica fruta da Amazônia, que é doce com um final ácido e sugerem uma harmonização com o famoso peixe Tambaqui na brasa, clássico da Amazônia.
E o grande protagonista ainda estava por vir e eu, atenciosa.


Chegou o momento. Altura, vinho ícone da Viña Casa Silva Safra 2003 (R$ 448,00, Vinhos do Mundo). “Não só para impressionar, para beber também”, Mário Geisse.


De coloração rubi intenso, bouquet que lembra terra, frutas negras, chocolate, café, tostado. No paladar os taninos estão vivos, tem bom ataque de boca, é persistente e com bom volume. Ainda não chegou no seu auge. Tem potencial para guardar por mais uns 10-12 anos.


Mas quando estamos num dia especial sempre tem uma surpresa. Durante a semana li um artigo falando da produção no Brasil de um espumante com 11 anos de envelhecimento. Eis que surge a surpresa. O Mário serviu para todos a Magnum Cave Geisse Brut 1998 (R$ 360,00, Vinhos do Mundo). Simplesmente espetacular! 11 anos de autólise, degustado em 18 de junho de 2009, no espaço gourmet da importadora Vinhos do Mundo, na companhia de quarenta pessoas apaixonadas pelos vinhos elaborados pelo enólogo Mário Geisse.
As minhas impressões: espumante de coloração amarelo dourado. Perlage fina e contínua. Aromas de frutas secas, muito intenso e muito persistente. No paladar o gás-carbônico está completamente harmônico com a acidez e a cremosidade. É a Dom Perignon do Brasil!!
Talvez eu nunca mais deguste este espumante, até porque a produção é limitada. Mas com certeza eu nunca mais vou esquecer desse néctar da produção nacional.

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